 
          Balões de gás hélio
        
        
          V
        
        
          isito minha avó com frequência e com família reunida, sempre sai
        
        
          história do passado. É muito legal e divertido saber sobre eles.
        
        
          Era um domingo muito quente e minha avó se lembrou que num dia
        
        
          parecido, quando tinha apenas 12 anos, estava sentada no sofá da sala com a
        
        
          cabeça voltada para o alto, pois seu nariz estava sangrando, fato que sempre
        
        
          acontecia com ela.
        
        
          A família morava numa casa com um quintal muito grande e para
        
        
          ajudar sua mãe, minha avó cuidava dos irmãos de 5 e 3 anos. Naquela tarde, os
        
        
          pequenos tinham acabado de ganhar dois lindos balões de gás hélio, que foram
        
        
          amarrados numa torneira próxima à janela onde minha avó estava, para que
        
        
          tivesse alcance visual dos meninos, enquanto se recuperava do sangramento.
        
        
          Por um instante se distraiu com seu problema e quando voltou a
        
        
          atenção novamente para os irmãos, estremeceu – não avistava nem balões nem
        
        
          irmãos. Minha bisavó e minha avó saíram desesperadas à procura deles. Até o
        
        
          sangramento parou naquela hora.
        
        
          Fizeram correndo o percurso que acharam ser o mais provável das
        
        
          crianças terem feito e, finalmente, encontram os dois num balanço, num alegre
        
        
          vai vem.
        
        
          Uma senhora, dona de uma loja das proximidades, ao ver os dois
        
        
          meninos tão pequenos de mãos dadas e sozinhos, suspeitou que pudessem estar
        
        
          perdidos e achou por bem distraí-los com o balanço, esperando que alguém
        
        
          responsável aparecesse.
        
        
          No encontro, foi choradeira para todo o lado. Depois disso, seus
        
        
          irmãos nunca mais saíram de casa sem companhia. E os balões? Bem, esses acho
        
        
          que se perderam.
        
        
          João Campanhã G. Silveira