Autores e Ilustradores - Alunos 6° Ano A - page 31

As brincadeiras da infância
E
m uma tarde chuvosa de domingo, fui à casa de minha avó tomar
um café, como de costume. Eu sempre gostei muito de ouvir suas histórias, mas
ela nunca contava sobre sua infância. Então, perguntei diretamente o que mais
havia lhe marcado, para matar minha curiosidade.
Por alguns minutos ela ficou pensando em silêncio e me disse que a
sua infância foi muito legal, cheia de aventuras e imaginação. Falou que tinha
tanta coisa marcante, mas acabou elegendo “aquela do ratinho”:
“Era uma manhã de quarta-feira, meus pais tinham saído para
trabalhar. Eu fiquei em casa para cuidar de minha irmã mais nova, Maria da
Penha. Estávamos brincando de pega–pega no quintal, quando um rato passou
correndo por trás dela. Sua imaginação era fértil e às vezes exagerada e sugeriu
que colocássemos fogo no bichinho. Eu não podia negar, pois ela iria chorar e se
ela chorasse, os vizinhos iriam ouvir e contar ao meu pai e ele saberia que
estávamos bagunçando em casa e nos deixaria de castigo. Então, o jeito foi
concordar.
Decidimos preparar uma armadilha com queijo para apanhá-lo.
Assim, colocamos um alçapão na cozinha e nos escondemos num dos armários
para aguardar a captura. Não demorou muito e o plano funcionou. Então,
envolvemos o coitadinho num paninho embebido em querosene e tacamos fogo.
Antes disso, tapamos uns buracos que havia na cozinha, para evitar que ele
entrasse e pusesse fogo na casa inteira.
Por fim, o pobrezinho parou de se mexer. Solenemente o colocamos
dentro de uma caixinha de madeira com flores e o enterramos no quintal. Eu hoje
sinto muita falta daquele tempo”.
Certamente, uma história que não dá pra esquecer né, vó?
Luanna Pinto Gonçalves
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